sábado, 22 de maio de 2010

Arrasa, Bee!

Por Orlando Olivas



“Eu sempre soube que era homossexual!”, [THIAGO GARCIA, 24 ANOS] esta afirmação está cada vez mais presente no dia a dia de qualquer pessoa.
Homossexual é a pessoa que só sente atração por uma pessoa do mesmo sexo. (diferenciando assim do heterossexual, que sente atração pelo sexo oposto e o bissexual, aquele que sente atração por ambos os sexos).
Hoje em dia, o número de homossexuais cresceu gradativamente, por uma aceitação maior, e por eles estarem “saindo do armário”.
Em todos os lugares nos deparamos com eles, na balada, na rua, e até mesmo na faculdade. Porém ainda existe um grande fator que acaba por causar certa exclusão dos homossexuais na sociedade, o preconceito.
Não é fácil para um homossexual se assumir, além de uma “guerra interna” contra seus próprios sentimentos e instintos, dos fatores família e amigos, eles têm de enfrentar toda a fúria de uma sociedade catequizada que não aceita essa orientação sexual como algo normal.
O termo opção sexual já não é mais usado, pois o homossexual não escolhe gostar de uma pessoa do mesmo sexo, ele já nasce com essa predestinação. Segundo os cientistas, um homossexual já nasce assim, pois recebe uma carga de hormônio que define logo nos primeiros momentos de vida, a sua sexualidade, não dependendo de escolha. Além disso, é uma orientação inalterável.
Na pesquisa da geneticista britânica Anne Moir, ela constatou em 1991, que “o homossexualismo é principalmente inato e o ambiente exerce um papel muito menos importante do que se pensava na determinação do nosso comportamento sexual”, justificando o porquê dos esforços dos pais para sufocar as tendências homossexuais de seus filhos não adiantarem em praticamente nada. Também afirma que o principal responsável pela causa de alguém ser homossexual, é o impacto (ou a falta) de testosterona (hormônio masculino) no cérebro sendo assim, os homossexuais em sua maioria, são homens. O número é tão significativo, que estatisticamente, para cada lésbica, existem de oito a dez homens gays.
Muitas pessoas, porém, consideram o gay (termo que significa ao pé da letra “alegre” em inglês, e é usado para homossexuais masculinos e femininos) um doente, ou em muitos casos, um pervertido.


Nosso país, recebe milhões de turistas por ano, e uma das maiores visitas acontecem graças ao turismo GLS, que alavanca um lucro considerável na economia do nosso país, que, aliás, tem a maior parada gay (encontro GLBT realizado anualmente em várias cidades) do mundo.
Segundo o livro “Por que os homens fazem sexo e as mulheres fazem amor?”, de Allan e Bárbara Pease, na Grécia antiga, o homossexualismo masculino era não só permitido como altamente respeitado. O cristianismo veio condenar o relacionamento entre pessoas do mesmo sexo, fazendo com que o homossexualismo fosse banido. Se descoberta era considerada obra do diabo e punida com severidade.
Atualmente, entre os gays, o termo Orgulho Gay é não só exposto, como praticado, ele é o reflexo de toda uma geração reprimida de expor seus sentimentos e pensamentos.
Hoje sabemos que homossexualidade está mais presente do que imaginamos, e estamos mais aptos a aceitar as diferença das pessoas, só precisamos conhecer mais e aprender que homossexuais são pessoas normais, e merecem o mesmo tipo de tratamento que um heterossexual.



O preconceito

Como a sociedade está em constante evolução, a moda, a música, enfim, a cabeça de todos está sob influência de diversas tendências que são impostas para a massa. Entre essas influências, a aceitação maior dos homossexuais na sociedade, já não é mais um mito, muito menos um sonho distante para os homossexuais. Ela exerce um forte papel, já que homossexuais são pessoas normais, que compram, trabalham, comem, estudam, sentem, amam e morrem. Enfim, são pessoas que tem um valor na sociedade.

Hoje em dia, até na mídia, eles ganharam seu espaço. Há programas, canais, revistas, boates, eventos, filmes, resumindo, uma infinidade de produtos (e serviços) destinados ao público GLS. A sigla GLS, não é nada mais que “Gays, Lésbicas e Simpatizantes”. Simpatizante, é o nome dado à pessoa heterossexual que convive e/ou aceita que uma pessoa seja homossexual.

O número de simpatizantes vem aumentando exponencialmente, causando uma integração maior dos gays na sociedade. Porém, eles (os simpatizantes), em sua grande maioria, mulheres, não são o suficiente para uma aceitação total.

Os gays ainda são vítimas de violência, seja física, moral e na maioria das vezes, verbal. No estado de São Paulo, há uma lei em rigor(Lei Estadual nº 08666/2001*), que determina que todo ato considerado violento, ou preconceituoso para com um homossexual, é crime, sendo que o infrator deverá responder por seus atos na justiça.


Homofobia, como é chamada, é praticada por muitas pessoas. Pessoas que não aceitam, não admitem ou até mesmo, não gostam de uma pessoa, unicamente por esta ser homossexual.

Estatísticas mostram que homofobia começa em casa


O maior número de homofóbicos está entre os pais que não aceitam que seu filho seja gay, e acaba praticando violência contra eles, além de tribos urbanas que praticam violência contra gays como uma espécie de ritual.
O preconceito atinge todos os homossexuais, seja masculino ou feminino, porém de formas e intensidades diferentes, fazendo com que eles formem grupos fechados de homossexuais que se aceitam.
O homossexual masculino é bem aceito entre as amigas. Muitas vezes, em um grupo de mulheres, sempre se encontra um homossexual masculino. Mas na grande maioria dos casos, entre os homens, ele já é tido como diferente e muitas vezes como inferior.
Já o homossexual feminino, sofre de outros tipos de preconceito. As mulheres tendem se manterem afastadas, porém elas se respeitam mais. Os homens, não aceitam uma lésbica tão fácil, acreditando ser uma brincadeira e fantasiando situações onde ele poderia estar com ela e sua parceira. Uma forma comum de preconceito contra as lésbicas, é a típica frase “ela é assim, porque eu ainda não peguei!”.
Por problemas de aceitação, muitos homossexuais vivem “escondidos”, não querem sair de casa, se afastam ou não têm amigos, por medo de serem ridicularizados por isso. Muitas vezes também, tem uma vida normal, mas não são pessoas felizes, já que escondem quem realmente são, e reprimem seus sentimentos.
Pesquisas apontam que, entre os adolescentes suicidas, 30 por cento são homossexuais.

Gays na Faculdade


Numa instituição de ensino superior, não é diferente. Há héteros, “bis” e homossexuais que convivem mutuamente com o mesmo propósito, garantir seu futuro. Independentemente do curso, ou da área pretendida, homossexuais sofrem por preconceito até dentro da própria faculdade.

Thiago Garcia, de 24 anos, cursa fisioterapia na UBC, e diz que sempre se sentiu “diferente”, e que é bem mais fácil assumir para os amigos do que para a família. “Meus pais me cobravam uma namorada, e eu me sentia sufocado em ter que mentir que saía com uma garota, para, na verdade, sair com meu namorado.”, afirma. Chegou a ter que ir à um psicólogo para se “tratar”, mesmo sabendo desde os 15 anos, que era isso mesmo que queria. “Após saber que não era apenas uma fase, minha mãe teve medo que eu virasse travesti, me vestisse como mulher, me envolvesse com drogas, e me tornasse promiscuo”, completa.
Quando perguntado sobre preconceito, Thiago afirma já ter sido ameaçado de morte. Por razões como estas que devemos conhecer mais as pessoas, antes de julga-las por qualquer razão.

[detalhe: esta foi a primeira matéria que eu desenvolvi para a universidade! a encontrei no meu fotolog e resolvi postar aqui também! Foi postada no dia 04/06/08]