Passei
longos anos da minha vida acreditando que ia ganhar na loteria. Jogava ano após
ano no Brasil na megasena, sem sucesso. Em Portugal, passei a jogar no
euromilhões, apostei umas cinco vezes e ganhei três, por incrível que pareça.
Mas nada significativo, o valor dos prêmios juntos não superava 15€. Nas
raspadinhas dei mas sorte, mas o prêmio eu sempre pegava outra, riscava e fim. Como
diriam os franceses, “désolé”.
Acreditei
tanto em vão, tudo por ter crescido ouvindo aquele velho ditado “Azar no amor,
sorte no jogo”. Esses longos anos de jogatina, foram apenas reflexos das frustrações
de relacionamentos passados.
Relacionamentos
com traição, mentira, ciúme, desapego, rancor... enfim, tanta coisa. “Ô dedinho
podre”, eu pensava.
Ai
chega um dia, e tenho a chance de expor o que penso e ao mesmo tempo ter a
humildade de ouvir o que um ex tem a falar. Claro que há ex e ex. Há ex que
fica amigo, ex que continua sendo filho da puta, ex que afff... e ex que é
apenas ex.
Esse
último, é aquele que expõe tudo sem querer ficar na neutralidade. Assume os
erros, aponta os erros, desabafa e fim, não tem nenhum “mimimi” pra ostentar
uma foda futura.
E
nos pontos nos “is” descobri que eu não tenho o dedo podre, muito pelo
contrário, com o tempo tenho a constante mania de me tornar o dedo podre nos
meus relacionamentos.
Agora
estou no dilema, se procuro um namorado novo ou se vou pra um cassino ou no bingo
da esquina.