sábado, 20 de junho de 2015

Soneto do Coração Leve

O dia amanheceu radiante
E você está vivo, agradeça
Desfrute desse instante
Levante, faça e aconteça

Pegue aquele tempo do seu dia,
Em que nada acontece
Ria, brinque, aproveite a família
Faça o bem que sua alma enobrece

Não reclame da sua vida em vão
Isso só traz solidão
Atraia o bem para o seu coração

Se está sozinho pela cidade,
Visite um asilo, faça caridade
Porque pra isso não tem idade.

quinta-feira, 18 de junho de 2015

Apenas carência

Algumas pessoas acreditam
Que o tempo é o melhor remédio
Mas eu estou na busca
De acalentar o tédio

Em braços de desconhecidos procuro conforto
Pensando em me jogar no mundo
E seguir reto num caminho torto
Onde sou mais um vagabundo

Ele se foi e ficou um trauma
Que me dilacera, me segura
Me consome a alma
Que só quer uma cura

E mesmo seguindo
Com foco, força e fé
Ainda me sinto com uma
Bola de ferro amarrada no pé

terça-feira, 16 de junho de 2015

Com você

Vou fechar os olhos
E viajar pr’outro lugar
Onde o medo não existe
E nada pode me parar
Hoje abraço o meu futuro
E só penso em voar
Para onde, é mistério
Mas com você a me guiar.

domingo, 14 de junho de 2015

Cobra Rasteira

"Nem todo trajeto é reto, nem o mar é regular
Estrada, caminho torto, me perco pra encontrar
Abrindo talho na vida até que eu possa passar
Como um moinho que roda traçando a linha sem fim
E desbravando o futuro girando em volta de mim"

sábado, 13 de junho de 2015

13 de Junho

Hoje é dia 13 de junho, sábado, um dia normal, sem nenhuma novidade. O dia amanheceu, o sol nasceu e acordei. Recordei de algo que aconteceu e me deu vontade de mandar uma mensagem pra minha mãe no whatsapp pra contar e lembrei que ela já não está mais neste plano.
Senti saudade. Daquela avassaladora que faz o peito doer. Segurei o choro e lembrei do sorriso dela.
Pensei: estou vivo, abri os olhos e isso é motivo de comemorar.

Voltei a pensar que hoje é 13 de junho e também é o dia que completa um mês desde da última vez que falei com minha mãe antes de ela partir. E como é difícil perder alguém que foi tão presente na minha vida, que me motivava, acreditava mais em mim do que eu mesmo e sempre me apoiou, mesmo nos projetos mais improváveis! Foi mais que uma mãe, era minha melhor amiga. E depois de um mês tendo esse coquetel de sensações dentro de mim, respondo: estou bem, obrigado.

Quando alguém tão próximo de nós parte, nosso triangulo da vida passa por transformações e cabe somente a nós organizarmos isso. Esse triangulo representa nosso corpo, mente e alma. Tenho trabalhado muito duro em cima do meu, feito coisas que procrastinava a anos em começar a fazer e dar continuidade depois.

Comecei a fazer exercícios físicos e mudei completamente minha alimentação para algo saudável e que nenhum animal tenha que morrer por isso, encontrei a direção em uma religião que abracei e fui abraçado, tenho estudado, trabalhado e lido aquele livro que estava na estante há anos empoeirado e assistido aquele filme que falei que veria no cinema e agora já está quase na programação da "sessão da tarde". Claro que não estou fazendo nem 10% do que tenho vontade de fazer ainda, mas estou respeitando meu tempo e fazendo minhas mudanças acontecerem aos pouquinhos.

Mas o mais importante? Aprendi a exercitar o silêncio. Com ele aprendi a observar o mundo a minha volta e admira-lo, aprendi a ser menos ansioso e impulsivo e saber aproveitar o “agora” de cada momento e, principalmente, a ouvir, entender, ser tolerante, humilde, ter mais paciência com as outras pessoas e também a me afastar do que não me agrega em nada.

Cuidar do "triângulo" não é fácil. Na verdade, viver não é uma tarefa simples! A vida é um desafio, e apenas um suspiro perto do tempo necessário para assimilar o que precisamos aprender. O importante é estar aberto e disposto a aceitar o que vem de aprendizado e forma que vamos lidar com tudo, e isso, antes de partirmos também.



Hoje não digo que estou de luto, carrego minha mãe bem viva comigo, de mãos dadas, seguindo sempre em frente. Seus valores, conselhos e ensinamentos estão bem latentes aqui dentro e com isso consegui enxergar meu propósito e, talvez, até minha missão. Ela cumpriu a dela, agora resta a cada um de nós seguirmos nossos caminhos.

A morte virá para cada um de nós; para as nossas mães, nossos pais, nossos irmãos e amigos. O que fica é o legado, a transformação que essas pessoas fizeram dentro da gente. A saudade é infinita e parece que nunca vai passar (talvez não passe mesmo) ... então vamos viver, ser boas pessoas e fazer bem ao próximo, sem medo do que virá um dia e é inevitável. Vamos hoje fazer de cada relacionamento um motivo de celebração, ser agente de transformação e também ser lembrados pelas nossas virtudes. É isso que penso quando lembro da minha mãe hoje, com orgulho e com lembranças boas de cada momento vivido com ela.

Sou humano, novo e estou longe de ter a razão e saber tudo sobre a vida, mas sinto mesmo que estou perto de encontrar meu caminho e que posso compartilhar isso com quem estiver disposto a ouvir e ser ouvinte de quem se sentir à vontade para falar.

As vezes nos sentimos perdidos, sem direção, e sem saber o que fazer. Passei 27 anos sem ter ideia do queria da minha vida. Ainda não sei o caminho, mas encontrei a direção. Estou de peito aberto para viver o que o futuro me reservar e espero do fundo do meu coração que você que leu esse texto, independente de quem seja, se te conheço ou não, também encontre sua direção e a paz consigo mesmo e com o mundo a sua volta.