sábado, 31 de julho de 2010

Mais uma...

Chorar por tudo que se perdeu, por tudo que apenas ameaçou e não chegou a ser, pelo que perdi de mim, pelo ontem morto, pelo hoje sujo, pelo amanhã que não existe, pelo muito que amei e não me amaram, pelo que tentei ser correto e não foram comigo. Meu coração sangra com uma dor que não consigo comunicar a ninguém, recuso todos os toques e ignoro todas tentativas de aproximação. Tenho vergonha de gritar que esta dor é só minha, de pedir que me deixem em paz e só com ela, como um cão com seu osso.
A única magia que existe é estarmos vivos e não entendermos nada disso. A única magia que existe é a nossa incompreensão.

sexta-feira, 30 de julho de 2010

Verdade Inerente

Fiquei tão só, aos poucos. Fui afastando essas gentes assim menores, e não ficaram muitas outras. Às vezes, nos fins de semana principalmente, tiro o fone do gancho e escuto, para ver se não foi cortado. Não foi.

quinta-feira, 29 de julho de 2010

Dignidade de cú é rola!

Aiai... o que dizer dessa geração?
Na verdade se alguém pensasse em definir 99% das pessoas nascidas nos ano 90 em diante, todos os adjetivos que denotam futulidade estariam inclusos na definição.
Incrível como as pessoas vivem para todo o público "virtual" jurando que são famosos!
Aff... povinho, cai na real!
NINGUÉM acolhe os seus tweets como "conselhos pra vida". Ninguém checa CADA foto nova no seu orkut porque admiram você como pessoa... e você NÃO é famoso e NADA que você fale faz de você diferente dos demais 78753458359735793953795395393293975987 milhões de pessoas que também utilizam redes sociais. Você é apenas mais um, que utiliza ferramentas tecnológicas que funcionam como se você falasse alto no meio de várias pessoas, que olham pra sua cara com cara de "que bom!" e continuam a viver.
E você continua sozinho...
É tão difícil entender isso?
Fico abismado cara... enfim, não quero escrever mais nada.

Até porque escrevi um tweet aleatório com o título desse post e teve gente que vestiu a carapuça! hahaha... fui;p

terça-feira, 27 de julho de 2010

Flyer [18]

domingo, 18 de julho de 2010

Eu prefiro assim

Perdi a fé em suas palavras
Independente do que for falar

Nem sei por onde eu andava
Uma estrada sem asfalto ou cor
E uma explosão...

...Revelou o lado bom de uma tragédia
Não mostrar sofrer e esquecer as rédias
Quem me dera ser assim

Eu não sirvo para festas
Gosto de promessas
Sei que eu não sou normal
Mas eu prefiro assim
Assim, assim...

Estou ficando sem tempo
E quero só um segundo
Pra mostrar o que eu tenho aqui
Sem mais delongas

Corro em meu caminho
Quase sempre sozinho
Esquecendo o quanto é bom sorrir
Sem me preocupar

Eu lamento se já me deu a sua hora
Se quiser me ver, estarei lá fora
Lá fora.

Eu não deixo a porta aberta
Olho pela fresta
Esperando um dia alguém olhar de volta pra mim
Eu não sirvo para festas
Gosto de promessas
Sei que eu não sou normal
Mas eu prefiro assim
Assim, assim.

Eu prefiro assim
Embora esteja só no fim
Agora que eu te vi
E vi você olhando pra mim.

terça-feira, 6 de julho de 2010

Parada Gay de c* é rola!

A parada gay é um evento anual que acontece em várias cidades ao redor do mundo reunindo milhões de pessoas em um objetivo em comum.
Só no Brasil, o evento acontece em várias cidades como Campinas, Curitiba,Santo André, Rio de Janeiros e a maior delas, na verdade, a maior do mundo, a parada gay de São Paulo.
Em sua décima quarta edição, o evento reuniu cerca de 3 milhões de pessoas na Avenida Paulista, ponto turístico da cidade.
A questão está no objetivo do evento. A parada gay surgiu com a função de ser uma manifestação pelos direitos dos homossexuais, que são uma classe reprimida, além de vitimas de violências verbais e físicas provenientes de uma sociedade preconceituosa.
A idéia é dar um tapa na cara da sociedade machista para que entendam que são pessoas com os mesmos direitos (e deveres) e merecem o devido respeito, como rege a constituição.
Entretanto, acredito que ela falha fatalmente em sua missão. Não no quesito organização do evento em si, mas na preparação de uma opinião pública com ideologias relevantes a si próprios, sobre um próspero futuro em longo prazo, repleto de aceitação e um bom convívio com todos.
O orgulho gay mostrado pelas mídias é o mesmo carimbado na mente da população: o gay é promíscuo.
Mesmo com a evolução da sociedade, o surgimento e aumento gradativo do mercado GLBT (outra coisa escrota que acontece nesse mundo colorido, briga por siglas...), enfim, mesmo com essa infinidade de revistas, canais, sites e até mesmo segmentos turísticos voltados à este público, os próprios gays insistem nesse “oba-oba” de desinteresse pelo todo. Essas atitudes hedonistas e mundanas só despertam o desprezo dos conservadores e/ou homofóbicos.
O engraçado é que esta atitude só está presente no nosso país, o país do futebol, do carnaval, da caipirinha e do povo que não desiste nunca.
Nossa cultura é castrada de opiniões e nossa geração, ausente de heróis.
Onde estão os caras pintadas? Por que não uma parada gay para enviar na cabeça “deles” que homossexualidade é orientação, você já nasce assim, é uma coisa inata, e não opção como muito pensam?
Eu lhes respondo com toda a tristeza no peito: preguiça.
Temos preguiça de pensar! Tudo vem tão mastigo pelos veículos de comunicação, que nosso cérebro quase não tem trabalho a ser feito.
Não só os gays, mas heterossexuais e todos os brasileiros usamos estes momentos de falsa-alegria-patriota como copa do mundo e carnaval, como desculpa da nossa angústia; usamos como máscara para a insatisfação de um país repleto de diferenças sociais e corrupções políticas.
É, Brasil, um país de todos.

sábado, 3 de julho de 2010

Roupa Íntima

Não leve a mal, eu poderia escrever sobre qualquer outra peça de roupa. Talvez alguma mais vistosa aos nossos olhos, que enche o olhar com mil detalhes da última moda. Mas nenhum outro item seria tão íntimo como o pijama. Falo daquele traje que é só seu, de se usar em casa nas horas mais preguiçosas do dia.
Às vezes, sobra tão pouco dessas horas que esquecemos dele guardado no fundo de uma gaveta junto com nossas peças menos usáveis. Mas é só uma folga chegar, uma crise afundar ou um namoro acabar que lá vai nosso fiel escudeiro de volta ao trabalho e, em questão de segundos, nos tira de um meio público onde vestimos as roupas pelo intuito de nos apresentar à sociedade, e então entramos numa zona de conforto só nossa, num universo que só cabe a nós.
Qual outra roupa te deixaria tão confortável diante destas situações desmerecidas da vida? Um terno pode trazer mais segurança nas horas de se apresentar em público, e um vestido de festa arrasador certamente nos trará mais confiança naquela ocasião importantíssima. Mas quem disse que confiança remete conforto? Na hora do aperto mesmo nada como aquele bom e velho pijaminha.
Velho, fora de moda, talvez já um pouco esgarçado e com aquele furinho debaixo do braço. Jogar fora? Impossível. Certamente ele já foi parar na pilha de "roupas para doar", numa atitude mais rebelde de nossas mães, mas corremos para resgatá-lo, quase como um final de filme esperançoso de amor.
Tenho uma pequena equipe desses, que me acompanha há um bom tempo. Criamos uma espécie de relação confidencial e eles percebem quando estou com frio, calor... Com saudades do namorado (aquele moleton dele antigo, mas tão protetor!), com vontade de me cobrir inteira pelo edredom e não sair mesmo se o mundo acabar (os mais confortáveis do mundo - sim, de algodão!), e aqueles que acompanham os dias que não quero fazer simplesmente nada, só ficar em casa de pijama o dia todo. Porque ficar de pijama o dia todo significa o máximo de descomprometimento com o mundo, e talvez essa seja a nossa única oferta anti-stress natural na atualidade. E acredito na máxima que tempo é a melhor qualidade de vida que podemos ter. Ou não, pois, me desculpem, mas tenho que tirar o pijama e colocar uma roupa mais apropriada para começar essa manhã de sábado.

Por Élita de Caria

sexta-feira, 2 de julho de 2010

A Via Láctea: viagem pelo tempo/espaço

Devaneios que vão de solidão ao ciúme doentio
Por Orlando Olivas



O filme de Lina Chamie, “A Via Láctea” (2007), narra um drama de professor de literatura, paulistano e apaixonado.
Logo na primeira cena do filme, percebe-se a presença de efeitos sonoros incomuns que vão de “Tom e Jerry” a “Requiem” de Mozart. E a lógica não linear do filme nos faz ter a sensação que estamos assistindo a um sonho.
O filme começa com o estressado professor Heitor (Marcos Ricca) em uma rua. Após uma cena de atropelamento se inicia uma seqüência de cenas que acompanham o enredo do filme, que acontece sob o trânsito caótico da cidade de São Paulo.
Cheio de narrações, diálogos simples, citações literárias, e imagens fortes do dia-a-dia do personagem, o filme mostra fielmente o panorama paulistano, com as características sociais, econômicas, culturais de uma cidade grande: o trânsito, mendigos, as condições humanas, etc.
São Paulo deixa de ser cenário e passa a ser personagem, e suas características influenciam diretamente o enredo e o humor de Heitor, que tem uma briga com sua amada, a atriz e veterinária Júlia (Alice Braga), e entra no carro com o objetivo de ir à casa dela para se reconciliarem e evitar uma possível traição.
A angústia presente no filme se segue devido a ansiedade de se chegar ao destino. Enquanto isso, Heitor conversa com seu subconsciente através da personificação do rádio, da menina do semáforo, do ladrão, do menino que sai em fuga... Até mesmo o cachorro que ele atropela tem uma função importante no desenrolar da história.
A narrativa também menciona vários escritores, como Shakespeare, Machado de Assis, Mario de Andrade, Manoel Bandeira e Carlos Drummond de Andrade.
Além disso, nota-se a melodia presente a cada cena, as peças de teatro, a cena épica da biblioteca, a dança, a figura da mãe e a mudança de época, e claro, a intimidade do casal.
O final, surpreendente e surreal, fecha com simplicidade a principal realidade da vida, o amor. E como diria Tom Jobim: “É impossível ser feliz sozinho”.