sexta-feira, 13 de novembro de 2015

Daniele

Hoje eu vou desafinar
Vou correr, me esquivar
Vou fugir de qualquer jeito
É que a saudade tá gigante,
Do tamanho de elefante
Aqui dentro do meu peito

Cada dia um pensamento,
Uma lembrança, sentimento
E você volta de mansinho
Acho que eu tô pirando
Estou te vendo e te escutando,
Mas é só no meu mundinho

Sei que você se foi e não vai voltar,
Na minha cabeça eu lembrar
Das risadas, seu cheiro, o carinho
Então vem comigo e fica mais um pouquinho.

segunda-feira, 12 de outubro de 2015

A geração que tudo idealiza e nada realiza

Demorei sete anos (desde que saí da casa dos meus pais) para ler o saquinho do arroz que diz quanto tempo ele deve ficar na panela. Comi muito arroz duro fingindo estar “al dente”, muito arroz empapado dizendo que “foi de propósito”. Na minha panela esteve por todos esses anos a prova de que somos uma geração que compartilha sem ler, defende sem conhecer, idolatra sem porquê. Sou da geração que sabe o que fazer, mas erra por preguiça de ler o manual de instruções ou simplesmente não faz.
Sabemos como tornar o mundo mais justo, o planeta mais sustentável, as mulheres mais representativas, o corpo mais saudável. Fazemos cada vez menos política na vida (e mais no Facebook), lotamos a internet de selfies em academias e esquecemos de comentar que na última festa todos os nossos amigos tomaram bala para curtir mais a noite. Ao contrário do que defendemos compartilhando o post da cerveja artesanal do momento, bebemos mais e bebemos pior.
Entendemos que as bicicletas podem salvar o mundo da poluição e a nossa rotina do estresse. Mas vamos de carro ao trabalho porque sua, porque chove, porque sim. Vimos todos os vídeos que mostram que os fast-foods acabam com a nossa saúde – dizem até que tem minhoca na receita de uns. E mesmo assim lotamos as filas do drive-thrru porque temos preguiça de ir até a esquina comprar pão. Somos a geração que tem preguiça até de tirar a margarina da geladeira.
Preferimos escrever no computador, mesmo com a letra que lembra a velha Olivetti, porque aqui é fácil de apagar. Somos uma geração que erra sem medo porque conta com a tecla apagar, com o botão excluir. Postar é tão fácil (e apagar também) que opinamos sobre tudo sem o peso de gastar papel, borracha, tinta ou credibilidade.
Somos aqueles que acham que empreender é simples, que todo mundo pode viver do que ama fazer. Acreditamos que o sucesso é fruto das ideias, não do suor. Somos craques em planejamento Canvas e medíocres em perder uma noite de sono trabalhando para realizar.
Acreditamos piamente na co-criação, no crowdfunding e no CouchSurfing. Sabemos que existe gente bem intencionada querendo nos ajudar a crescer no mundo todo, mas ignoramos os conselhos dos nossos pais, fechamos a janela do carro na cara do mendigo e nunca oferecemos o nosso sofá que compramos pela internet para os filhos dos nossos amigos pularem.
Nos dedicamos a escrever declarações de amor públicas para amigos no seu aniversário que nem lembraríamos não fosse o aviso da rede social. Não nos ligamos mais, não nos vemos mais, não nos abraçamos mais. Não conhecemos mais a casa um do outro, o colo um do outro, temos vergonha de chorar.
Somos a geração que se mostra feliz no Instagram e soma pageviews em sites sobre as frustrações e expectativas de não saber lidar com o tempo, de não ter certeza sobre nada. Somos aqueles que escondem os aplicativos de meditação numa pasta do celular porque o chefe quer mesmo é saber de produtividade.
Sou de uma geração cheia de ideais e de ideias que vai deixar para o mundo o plano perfeito de como ele deve funcionar. Mas não vai ter feito muita coisa porque estava com fome e não sabia como fazer arroz

segunda-feira, 14 de setembro de 2015

Um dia após o outro

Pra começar
Cada coisa em seu lugar
E nada como um dia após o outro

Por que apressar?
Se nem sabe onde chegar
Correr em vão se o caminho é longo

Quem se soltar, da vida vai gostar
E a vida vai gostar de volta em dobro

E se tropeçar
Do chão não vai passar
Quem sete vezes cai, levanta oito

Quem julga saber
E esquece de aprender
Coitado de quem se interessa pouco

E quando chorar
Tristeza pra lavar
Num ombro cai metade do sufoco

O novo virá
Pra re-harmonizar
A terra, o ar, água e o fogo

E sem se queixar
As peças vão voltar
Pra mesma caixa no final do jogo

Pode esperar
O tempo nos dirá
Que nada como um dia após o outro

sábado, 12 de setembro de 2015

A Caixinha



Hoje me peguei pensando em como sofremos como seres humanos por apego. Apego a coisas, lembranças e principalmente, apego às pessoas.
Desejamos tanto alguém, que queremos pra nós, na nossa casa, na nossa vida, no nosso tempo, numa caixinha pra ninguém mais mexer. E somos egoístas a ponto de não enxergar que não controlamos ninguém, muito menos o tempo.
Invés de possuir, podemos pensar em usufruir da melhor forma a presença dessas pessoas e fazer cada minuto do tempo de ambos ter valido a pena, pois isso só depende de mim e de você que está lendo isso, e não de terceiros. Perdemos tempo com ciúmes, charminhos, vergonha, medo... e o tempo passa. E ele é avassalador.
O tempo destrói e leva quem a gente mais ama de perto da gente. Então vamos amar hoje; dar aquele beijo, o abraço mais apertado, o olhar nos olhos, o apertar de mãos, o perdão. Vamos pedir perdão, vamos agradecer, visitar alguém que não vemos há tempos e se não der, vamos ligar, mandar flores, e-mail ou mensagem no whats, pois logo, o tempo chega e quem amamos vai com ele, pois ele sim vai coloca-la dentro de uma caixa.

segunda-feira, 10 de agosto de 2015

Quem quer, arruma um jeito. Quem não quer, arruma uma desculpa.

Quem quer não adia, aparece. Quem quer te ver agora, não vai deixar pra amanhã, mesmo que a distância seja incalculável ou já seja tarde pra isso. Quem quer, não deixa pra depois o que pode ser feito agora. Quem quer ficar, fica sem que a gente precise implorar. Quem quer cuidar, simplesmente cuida. Quem quer, provavelmente não vai suportar a saudade, não vai poupar sentimento e entrega pra te ter.



Quem quer, arruma um jeito. Quem sente vontade, faz saudade virar encontro, faz cinema virar motel, faz o cansaço virar amasso, faz dias frios mais quentes. Quem quer, é capaz de viajar 100 quilômetros só pra te ver, e não interessa se o tempo fechou tão rápido, quem quer não vai pensar duas vezes em te ver hoje ou deixar pra próxima semana. Quem quer, não vive de conversas, não perde tempo, não arruma mil e uma desculpas pra justificar que não vai dar pra te ver hoje porque o dia foi cansativo demais.


Quem tem saudade do teu sorriso não se contenta só em ouvir a tua voz pelo celular, quem quer estar com você sentirá necessidade de te ver pra conversar sobre como foi o seu dia, sobre todas as coisas que te fez perder a cabeça e vai entender que é melhor te abraçar nos momentos mais difíceis do que te mandar um ''fica bem'' por mensagem. Quem quer te fazer bem, vai bater na tua porta com chocolates que comprou no meio do caminho pra tua casa e cervejas - é que o dinheiro era pouco e o vinho era caro. Quem quer realmente te ver, não esperará por um feriado ou por dias melhores que não tenham provas, nem muito trabalho pra fazer.


Quem quer te ver, não vai se lamentar, vai vestir a roupa mais próxima e sair com sorriso mais sincero ao teu encontro. Quem quer, não vai reservar um tempinho pra você ou um horário fixo pra te ver, vai te reservar a vida e vai te ensinar que quando a gente ama, a gente não mede esforços, a gente não quer o outro pra preencher aquele espaço que sobra na cama ou aquele tempo vago nos finais de semana. Quando a gente quer, a gente aceita o outro pra somar na vida, pra abrigar e torna-se abrigo, pra unir dois mundos.


Quem quer ficar, vai fechar os olhos em teu peito e permitir, sem medo, acordar só noutro dia. Quem quer, vai fazer corpo mole pra não levantar da cama e não sair da tua vida, vai roubar tuas manhãs, vai jogar os braços por cima de você e quando você perguntar se a posição da tua cabeça tá doendo nele, ele vai te responder que não. Quem quer ficar na tua vida, não pensará duas vezes antes de entrar. Ficará pro café da manhã e se possível pro jantar, é que o gosto do teu beijo vicia e ele seria burro em não prová-los ao máximo.

Quem quer ficar, vai encostar a cabeça em teu ombro e vai te deixar descobrir todos os medos e segredos, erros e defeitos, vai apertar a tua mão pra tentar te dizer algo em silêncio, e vai se despedir de você sem te tirar nada, te permitindo a liberdade e te deixando com aquela sensação de querer viver tudo e mais um pouco ao lado dela. Quem quer você, tem vontade de te repetir, de tomar todos os gostos com teu sabor, de provar todas as aventuras com você sem te dizer que precisa pensar, sem te dizer: ''hoje não dá'', ''deixa pra amanhã'', ''não tô afim''. Porque quem quer, arruma um jeito. Quem não quer, arruma uma desculpa.

FONTE: http://www.iandealbuquerque.com.br/2015/08/quem-quer-arruma-um-jeito-quem-nao-quer.html#more

sábado, 20 de junho de 2015

Soneto do Coração Leve

O dia amanheceu radiante
E você está vivo, agradeça
Desfrute desse instante
Levante, faça e aconteça

Pegue aquele tempo do seu dia,
Em que nada acontece
Ria, brinque, aproveite a família
Faça o bem que sua alma enobrece

Não reclame da sua vida em vão
Isso só traz solidão
Atraia o bem para o seu coração

Se está sozinho pela cidade,
Visite um asilo, faça caridade
Porque pra isso não tem idade.

quinta-feira, 18 de junho de 2015

Apenas carência

Algumas pessoas acreditam
Que o tempo é o melhor remédio
Mas eu estou na busca
De acalentar o tédio

Em braços de desconhecidos procuro conforto
Pensando em me jogar no mundo
E seguir reto num caminho torto
Onde sou mais um vagabundo

Ele se foi e ficou um trauma
Que me dilacera, me segura
Me consome a alma
Que só quer uma cura

E mesmo seguindo
Com foco, força e fé
Ainda me sinto com uma
Bola de ferro amarrada no pé

terça-feira, 16 de junho de 2015

Com você

Vou fechar os olhos
E viajar pr’outro lugar
Onde o medo não existe
E nada pode me parar
Hoje abraço o meu futuro
E só penso em voar
Para onde, é mistério
Mas com você a me guiar.

domingo, 14 de junho de 2015

Cobra Rasteira

"Nem todo trajeto é reto, nem o mar é regular
Estrada, caminho torto, me perco pra encontrar
Abrindo talho na vida até que eu possa passar
Como um moinho que roda traçando a linha sem fim
E desbravando o futuro girando em volta de mim"

sábado, 13 de junho de 2015

13 de Junho

Hoje é dia 13 de junho, sábado, um dia normal, sem nenhuma novidade. O dia amanheceu, o sol nasceu e acordei. Recordei de algo que aconteceu e me deu vontade de mandar uma mensagem pra minha mãe no whatsapp pra contar e lembrei que ela já não está mais neste plano.
Senti saudade. Daquela avassaladora que faz o peito doer. Segurei o choro e lembrei do sorriso dela.
Pensei: estou vivo, abri os olhos e isso é motivo de comemorar.

Voltei a pensar que hoje é 13 de junho e também é o dia que completa um mês desde da última vez que falei com minha mãe antes de ela partir. E como é difícil perder alguém que foi tão presente na minha vida, que me motivava, acreditava mais em mim do que eu mesmo e sempre me apoiou, mesmo nos projetos mais improváveis! Foi mais que uma mãe, era minha melhor amiga. E depois de um mês tendo esse coquetel de sensações dentro de mim, respondo: estou bem, obrigado.

Quando alguém tão próximo de nós parte, nosso triangulo da vida passa por transformações e cabe somente a nós organizarmos isso. Esse triangulo representa nosso corpo, mente e alma. Tenho trabalhado muito duro em cima do meu, feito coisas que procrastinava a anos em começar a fazer e dar continuidade depois.

Comecei a fazer exercícios físicos e mudei completamente minha alimentação para algo saudável e que nenhum animal tenha que morrer por isso, encontrei a direção em uma religião que abracei e fui abraçado, tenho estudado, trabalhado e lido aquele livro que estava na estante há anos empoeirado e assistido aquele filme que falei que veria no cinema e agora já está quase na programação da "sessão da tarde". Claro que não estou fazendo nem 10% do que tenho vontade de fazer ainda, mas estou respeitando meu tempo e fazendo minhas mudanças acontecerem aos pouquinhos.

Mas o mais importante? Aprendi a exercitar o silêncio. Com ele aprendi a observar o mundo a minha volta e admira-lo, aprendi a ser menos ansioso e impulsivo e saber aproveitar o “agora” de cada momento e, principalmente, a ouvir, entender, ser tolerante, humilde, ter mais paciência com as outras pessoas e também a me afastar do que não me agrega em nada.

Cuidar do "triângulo" não é fácil. Na verdade, viver não é uma tarefa simples! A vida é um desafio, e apenas um suspiro perto do tempo necessário para assimilar o que precisamos aprender. O importante é estar aberto e disposto a aceitar o que vem de aprendizado e forma que vamos lidar com tudo, e isso, antes de partirmos também.



Hoje não digo que estou de luto, carrego minha mãe bem viva comigo, de mãos dadas, seguindo sempre em frente. Seus valores, conselhos e ensinamentos estão bem latentes aqui dentro e com isso consegui enxergar meu propósito e, talvez, até minha missão. Ela cumpriu a dela, agora resta a cada um de nós seguirmos nossos caminhos.

A morte virá para cada um de nós; para as nossas mães, nossos pais, nossos irmãos e amigos. O que fica é o legado, a transformação que essas pessoas fizeram dentro da gente. A saudade é infinita e parece que nunca vai passar (talvez não passe mesmo) ... então vamos viver, ser boas pessoas e fazer bem ao próximo, sem medo do que virá um dia e é inevitável. Vamos hoje fazer de cada relacionamento um motivo de celebração, ser agente de transformação e também ser lembrados pelas nossas virtudes. É isso que penso quando lembro da minha mãe hoje, com orgulho e com lembranças boas de cada momento vivido com ela.

Sou humano, novo e estou longe de ter a razão e saber tudo sobre a vida, mas sinto mesmo que estou perto de encontrar meu caminho e que posso compartilhar isso com quem estiver disposto a ouvir e ser ouvinte de quem se sentir à vontade para falar.

As vezes nos sentimos perdidos, sem direção, e sem saber o que fazer. Passei 27 anos sem ter ideia do queria da minha vida. Ainda não sei o caminho, mas encontrei a direção. Estou de peito aberto para viver o que o futuro me reservar e espero do fundo do meu coração que você que leu esse texto, independente de quem seja, se te conheço ou não, também encontre sua direção e a paz consigo mesmo e com o mundo a sua volta.

segunda-feira, 4 de maio de 2015

Vaidade

Vamos falar sobre vaidade
Tudo que se vê não é realidade
É apenas uma miragem
Fruto de produção, maquiagem
Tudo o que se expõe, cansa
A música sozinho dança
A vida se encarrega de mostrar
Que o tempo perdido não vai voltar
E se perdeu por puro orgulho
Não adianta qualquer barulho
Seu corpo tanto desejado
Depois do “like” é passado
A falsa fama se vai
Sua beleza se esvai
O que fica é a amizade
Alegria, amor, cumplicidade
Isso quando cultivado
Com dedicação e cuidado
O tempo passa de verdade
Idade vai, vai idade.