sexta-feira, 24 de janeiro de 2014

O Dedo Podre

Passei longos anos da minha vida acreditando que ia ganhar na loteria. Jogava ano após ano no Brasil na megasena, sem sucesso. Em Portugal, passei a jogar no euromilhões, apostei umas cinco vezes e ganhei três, por incrível que pareça. Mas nada significativo, o valor dos prêmios juntos não superava 15€. Nas raspadinhas dei mas sorte, mas o prêmio eu sempre pegava outra, riscava e fim. Como diriam os franceses, “désolé”.
Acreditei tanto em vão, tudo por ter crescido ouvindo aquele velho ditado “Azar no amor, sorte no jogo”. Esses longos anos de jogatina, foram apenas reflexos das frustrações de relacionamentos passados.
Relacionamentos com traição, mentira, ciúme, desapego, rancor... enfim, tanta coisa. “Ô dedinho podre”, eu pensava.
Ai chega um dia, e tenho a chance de expor o que penso e ao mesmo tempo ter a humildade de ouvir o que um ex tem a falar. Claro que há ex e ex. Há ex que fica amigo, ex que continua sendo filho da puta, ex que afff... e ex que é apenas ex.
Esse último, é aquele que expõe tudo sem querer ficar na neutralidade. Assume os erros, aponta os erros, desabafa e fim, não tem nenhum “mimimi” pra ostentar uma foda futura.
E nos pontos nos “is” descobri que eu não tenho o dedo podre, muito pelo contrário, com o tempo tenho a constante mania de me tornar o dedo podre nos meus relacionamentos.

Agora estou no dilema, se procuro um namorado novo ou se vou pra um cassino ou no bingo da esquina.