quarta-feira, 10 de março de 2010

Tremores de Terra, eventos ocasionais ou epidemia?

Por Orlando Olivas

Nos últimos meses, manchetes como “Terremotos no Chile”, no Japão, Haiti, Turquia, foram comuns nas mídias mundiais, e a grande dúvida é se estes eventos são isolados ou é uma “epidemia” de terremotos.
“Os terremotos são causados por forças que vêm do interior da terra. São conseqüência do calor que vem de dentro da terra, e esse calor sobe até a superfície e faz a superfície da terra se movimentar”, explica o geofísico Marcelo Assumpção, do IAG da Universidade de São Paulo.
Segundo especialistas do Serviço Geológico dos Estados Unidos (USGS, em inglês), terremotos de magnitude igual ou superior a 7 graus na escala Richter, são muito comuns, aproximadamente 17 tremores por ano em todo o planeta.
Além disso, há a estimativa de haver um terremoto com magnitude de no mínimo 8 graus registrado anualmente. Tremores de 6 a 6.9 graus, são mais de 130 por ano.
“A frequência da ocorrência do fenômeno é inversamente proporcional a sua magnitude. Ou seja, quanto maior a magnitude, menor é o número de vezes que o terremoto vai ser registrado em um ano.”, afirma Lucas Barros, sismólogo e professor do Laboratório de Sismologia da Universidade de Brasília (UnB).
De acordo com ele, esses eventos de magnitude mais baixa, não chegam ao conhecimento publico devido à profundidade em que ocorrem. “Os tremores podem ter origem até mais de 100 quilômetros de profundidade”, explica.
Portanto, a média de terremotos tem se mantido constante (cerca de 40 tremores por dia no planeta) e não houve um aumento significativo no número de tremores. E eles nunca irão parar de acontecer. “No dia em que a terra se acalmar totalmente, acho que a humanidade já deve estar morando em outros planetas, porque a Terra vai estar inabitável”, declara o geofísico da USP.