terça-feira, 22 de março de 2011

Festas, metrô e pornôs

Quando eu tinha dez anos de idade, minha mãe não me deixava fazer nada, alegando que eu era muito novo; não via a hora de completar doze anos; era esse o meu limite de maioridade. Também tinha uma vontade doida de experimentar um cigarro, quando andava a na rua e tinha alguém fumando, até respirava mais fundo!

Mas foi aí que eu fiz os tão esperados doze anos de vida e percebi que ainda não podia fazer tudo o que queria, não podia ir pra festas, não podia pegar o metrô sozinho e nem podia alugar vídeo pornô na locadora. Foi aí que eu entendi que a meta era os quinze e não os doze anos, todos os meus primo de quinze, já pegavam metro, iam a festas e alugavam pornôs.

Depois de muito me lascar na vida, de muito chorar por não poder ir as tão sonhadas festas com os meus primos, eu fiz TREZE anos; a idade nunca passa no momento certo.

Aí eu fui desencanando deste assunto, percebendo que a vida era mais que isso, quando do nada o quinze me bate na porta e eu percebo que já podia fazer tudo o que sempre sonhei, alugar pornô, ir a festas e pegar o metrô.

Mas aí eu não fui em muitas festas, não tinha graça nenhuma em andar de metrô sozinho e em alugar filme pornô eu nem pensava mais, as pornografias da internet já tinham me consumido por completo, o cigarro eu experimentei e foi vício a primeira tragada, mas não era tudo que imaginei aos dez anos de idade, esperava mais, que ele me deixasse forte, mais lúbrico. Mas nada aconteceu, só que não vivo mais sem ele.

Agora estou com vinte e um anos de idade e quero voltar a ter dez, quero não me preocupar com a faculdade, quero assistir desenho de manhã e não ter que trabalhar pra ganhar dinheiro; quero voltar a ser criança e continuar a sonhar, com as festas, metrô e pornôs!


Por Maurício Bueno