domingo, 6 de fevereiro de 2011

Convivência

Convivência é uma coisa estranha.
Não se pode impor à alguém que se conviva e fim.
Acredito que para se conviver com alguém tem que existir mais do que cumplicidade, e sim amor verdadeiro entre as partes.
Convivência é um conjunto de contas e planos, é a divisão de atividades, multiplicação dos gastos, soma de coisas a se fazer e subtração da privacidade.
Convivência talvez é o ponto crucial para se amar mais ou a menos.
É nela que podemos brigar por que conhecemos demais a pessoa, ou a que temos certeza que é a pessoa certa.
Mas e quando você vive no meio do fogo cruzado?
Quando nada é certo, e você não sabe como agir.
As vezes sinto a vontade de sair correndo... as vezes é tudo perfeito... demais.
Não sobra tempo pra pensar em mim, quando se vive na primeira pessoa do plural.
Tudo isso é muito novo, será que é uma fase, ou é algo definitivo? Queria que ambas fosse verdade, e dependendo do momento, queria mais uma do que a outra... no momento seguinte, o contrário.
Será que é esse o mal das pessoas que se casam? Aprendem que pessoas diferentes fazem coisas que te irritam e isso te tira o “tesão” de morar com ela?
Porque, pelo menos por mim, o amor só aumenta. O sexo é cada vez melhor e mais freqüente.
Se o único combustível de um relacionamento fosse amor, estaria tudo perfeito. Mas não é.
Respeito, doação mútua, confiança e principalmente paciência, fazem parte do pacote.
E é vivendo que se aprende, pois na teoria a coisa não funciona muito bem.
O “viveram felizes para sempre” das histórias da Disney não se aplica no mundo real.
A Branca de Neve deve estar cheia de cozinhar e limpar a casa enquanto o Príncipe Encantado fica no sofá vendo futebol. Esse por sua vez, está exausto depois de um dia longo de trabalho e fica com os olhos na tv enquanto pensa nas coisas que tem que fazer no dia seguinte, nas contas a pagar, IPTU, IPVA, os planos de saúde e afins.
O ser humano é uma coisa muito bizarra, a gente ama e odeia ao mesmo tempo.
Mas acredito que isso que nos diferencie dos demais animais, esse sentimento “capitalista” de vida e essa inconstância de sentimentos.
Enquanto escrevo essas frases, observo a terceira pessoa do singular pela qual meu coração bate mais forte e chego à seguinte conclusão: vou sair desse computador agora e fazer algo que faça da minha vida mais do que um conto de fadas, pois não estou brincando de casinha e pensar em um modo de fazer o salário do próximo mês durar um pouco mais de 3 minutos.