sexta-feira, 17 de setembro de 2010

Comércio virtual cresce e vira alternativa de empreendedorismo

Por Débora Kaoru e Orlando Olivas

Fatores como a expansão do plano de acesso à banda larga no Brasil e o aumento de crédito proporcionado pelo governo no último ano fizeram com que as compras pela internet ficassem cada vez mais fáceis. Por isso, o e-commerce, nome dado a plataforma de negócios virtuais, tende a crescer dia após dia. De acordo com o site especializado em compras on line EBit, hoje aproximadamente 23 milhões de brasileiros são e-consumidores e o faturamento estimado do comércio eletrônico para 2010 é de R$ 13,60 bilhões. Um crescimento de 30% em comparação ao ano anterior.

A comerciante Jacqueline Fioschi, 19, trabalha nas ondas da rede há dois anos e conta que a expansão do mercado virtual é um reflexo do perfil dos consumidores modernos. Segundo ela, a variedade e a comodidade oferecidas nessas transações são os itens que mais colaboram para o aumento das compras on line. “As vendas melhoram a cada dia por causa da divulgação, qualidade, variedade e claro segurança. Comprar virtualmente é tão fácil e cômodo, que as pessoas deixam o medo de lado”, explica Jacqueline.

Para a jovem empreendedora, a insegurança dos clientes deve ser driblada com transparência na negociação e respeito. “Antes os consumidores tinham receio de comprar pelos sites, mas no meu caso disponibilizei tópicos e comunidades em redes sociais de pessoas que compraram e aprovaram. Ou seja, utilizo essas ferramentas como recomendação aos futuros clientes”, afirma a comerciante. Um estudo, divulgado no mês de agosto, pelo TNT Research International mostra que a infinidade de opções geradas pelos sites de buscas transforma os consumidores em clientes seletivos e aponta a influência do público no processo de compra.

A pesquisa aplicada nas capitais de São Paulo, Curitiba, Porto Alegre, Salvador, Rio de Janeiro e Recife, com mil usuários de ambos os sexos - idades entre 16 e 35 anos-, revelou que 76% dos entrevistados procuram informações em fóruns ou blogs antes de decidir onde gastar, 50% já mudaram de opinião sobre uma compra ao encontrarem recomendações negativas e 28% fecharam a negociação baseados no relato de outros consumidores.

Produtos para todos os gostos e bolsos

O fotógrafo Ricardo Arishima, 25, é adepto do e-commerce há mais de 5 anos e disse que usa as vitrines virtuais para “encher o guarda roupa” e também para adquirir “produtos eletrônicos”. As lentes da câmera que usa para trabalhar foram compradas em um site americano. “Gosto muito de comprar pela internet. No universo on line, você consegue adquirir produtos de qualquer país com facilidade e preço justo”, afirma o fotógrafo.

Além da quebra de barreiras, as lojas virtuais oferecem ainda produtos para todos os segmentos. A redatora Caroline Vasconcelos, que escreve sobre comércio eletrônico e empreendedorismo para o site de uma empresa do ramo, enfatiza que apesar da variedade de objetos divulgados nos sites de venda, atualmente, “os produtos mais vendidos são os eletroeletrônicos e livros”. Ela conta também, que 80% dos e-consumidores encontram-se na faixa entre 25 e 59 anos. Enquanto, apenas, 66% dos consumidores do varejo tradicional representam a mesma faixa etária.

Para atender as necessidades desse público tão exigente e ganhar a dianteira frente à concorrência, os lojistas têm investido em ferramentas que facilitem as compras, de acordo com Caroline. “Os comerciantes investem no inusitado, como oferecer novas formas de parcelamento, o que ajuda na compra de produtos com maior valor agregado. A loja virtual que tiver o maior número de vantagens a oferecer, com certeza sairá na frente na disputa por clientes”, finaliza a redatora.




Cuidado na hora de encher o carrinho


O especialista em relações de consumo Dori Boucault dá dicas de como comprar pela internet, sem correr o risco de ser lesado:

- É importante observar os procedimentos e recursos adotados para garantir a segurança e a confidencialidade da transação eletrônica e de seus dados (pessoais, de consumo e financeiros).

- Busque referências sobre o site que pretende contratar. A escolha criteriosa do fornecedor não despende tempo e pode ser decisiva para garantir que suas expectativas sejam atendidas.

- Anote dados que permitam identificar e localizar a sede do fornecedor, como CNPJ e endereço físico. Caso seja necessário formalizar reclamação junto ao órgão de defesa do consumidor ou recorrer ao Poder Judiciário, você precisará dessas informações.

- Confira todas as características do produto ou serviço ofertado: preços, valores de fretes, despesas adicionais, prazo de entrega ou execução, condições de pagamento. Na compra de produto, avalie se o custo total compensa a comodidade da contratação à distância.

- Em caso de dúvidas, utilize os telefones e endereços eletrônicos para obter esclarecimentos adicionais sobre o produto ou serviço que pretende contratar.

- Verifique se o fornecedor apresentará nota fiscal e se há condições de garantia contratual adicionais e sob quais condições.

- Verifique se há assistência técnica brasileira e acessível autorizada para o exercício da garantia.
- Acesse sites de fabricantes, de avaliadores independentes ou com opiniões de outros consumidores; se possível, solicite demonstração como forma de conhecer melhor o produto.

- Fique atento à política de trocas e aos procedimentos que devem ser adotados em caso de problemas.
- Ao confirmar a contratação, não deixe de imprimir ou guardar, se possível sob a forma eletrônica, todos os documentos que atestam a relação, como número da compra, confirmação do pedido, comprovante de pagamento, contrato ou anúncios.